sábado, 28 de fevereiro de 2009

Reviver



Quando ela voltou a ter o mundo todo nas mãos, uma espécie de onda gigante voltou a destruir parte do que havia sido reconstruído.
No momento em que esboçou o seu primeiro sorriso, ele apareceu. Apareceu de uma forma tão violenta, tão forte e, ela, voou para os braços dele. Ele pegou na sua mão, agarrou o seu corpo, aproximando-o do seu, como se o mundo fosse acabar naquele instante, encostou os lábios no ouvido dela, sentindo-se a respiração quente e acelerada e, lentamente, os lábios aproximam-se, os corpos fundem-se.
A saudade morreu ali, morreu quando os olhos dele destruíram todas as tristezas.
Voltou a sorrir, voltou a viver, voltou a sonhar mas, apenas, durante aquelas horas, enquanto a onda voltava para o mar, até o sol deixar de brilhar.
Quando tudo isto passar, a nuvem voltará a cobrir todos os sorrisos e haverá outra tentativa de existência.
Ela sabe que é isto que acontece sempre, mas aquele buraco escuro tem tanta força e ela não consegue deixar de cair nele. Porque a saudade mata-a. Não, não fisicamente, mata a sua alma, mata todas as suas capacidades de sobreviver.
A onda voltou para o mar. Ficou escuro…

2 comentários:

  1. este foi o texto que li na aula e comecei a chorar!
    nao há palavras para descrever o que se sente quando se le o texto...
    sem duvida o meu preferido!
    *.*

    "Quando tudo isto passar, a nuvem voltará a cobrir todos os sorrisos e haverá outra tentativa de existência."

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